Será que vai demorar até aprendermos que o amor é semente, e que nós somos a fruta? E que se não estamos maduros para amar então não podemos semear o que nos falta?? Será que temos que nos jogar de cima do pé da vida, cair e bater de cara no chão toda vez que vemos o possível momento de colheita, sendo que quando esse momento chegar, não seremos nós quem nos jogaremos mas sim o amor que nos colherá de forma terna e cuidadosa, para não ferir ou deixar marcas na nossa casca fina de fruta frágil que é o coração. Então, porque arriscar sair de nós e se entregar ao que parece bom, quando podemos usar nosso tempo na árvore da vida pra decidir sabiamente se estamos prontos para ser colhidos? Não é nossa a decisão de sofrer? E se uma fruta podre nos corrompe, não foi porque nós demos a brecha para tal aproximação? E o amor que se tem é próprio e deve existir de dentro pra fora. Primeiro semente, depois fruto. Mesmo desesperados para sermos devorados por colapsos de felicidade e paixão momentânea, pois nenhuma das duas são fixas. Mesmo crendo que se deve por em um outro alguém toda confiança de reciprocidade amorosa, mesmo assim temos a escolha de tornar o nosso fruto saboroso, porém não frágil. Bonito, mas não sem nutrientes. Fértil, contudo único que e exclusivo. Irá morder meu fruto quem em si carrega o quantitativo de nutrientes e sabor necessário para degustar cada milímetro amadurecido e saudável de meu fruto. Tanto quanto nutro, tanto quanto guardo e aguardo. Tanto será o valor do beijo de quem em si tem o poder de me arrancar o fôlego e a semente com todo o amor cultivado em mim. Vagner Verly
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